Sobre a metaobservação
da sensorialidade ao pensamento
Palavras-chave:
metassistema, metaobservação, holograma, sensorialidadeResumo
A autora parte da ideia de que a base das observações psicanalíticas transita desde a sensorialidade em direção à não sensorialidade até o mental. Desenvolve conjecturas a respeito de sistemas de observação psicanalítica utilizando a perspectiva
da teoria da complexidade proposta por Edgar Morin para se aproximar da ideia da multidimensionalidade da mente. Sugere essa abordagem usando como analogia o holograma. Nessa proposta, a parte escolhida intuitivamente pelo analista para observar contém o todo, isto é, a experiência em curso no momento. Sugere que o registro possível de um encontro entre duas mentes se dê por uma ruptura de simetria que promove uma assimetria que pode ser reconfigurada. Utiliza, nessa proposta, o
que denomina “encruzilhada”, a decisão do analista por um determinado vértice de observação que permita continuidade na observação compartilhada. Esse percurso que privilegia a transcendência do impasse à encruzilhada, do contínuo ao descontínuo, do sistema ao metassistema abre perspectivas para expandir a observação. O pensamento complexo, não mais binário, mas como ponto de partida, põe em movimento o previsível e o inesperado, o lado material e o imaterial, as latências pelo caminho da observação.