A terceira margem do rio
sobre as vicissitudes do luto na clínica contemporânea
Palavras-chave:
luto, dor, assimilação, função alfa, psicanáliseResumo
Em 1917, Freud afirma que, embora o luto implique graves desvios do comportamento, não nos ocorreria considerá-lo um estado patológico ou indicar tratamento, e a autora se pergunta em que medida essa assertiva continuaria válida para os nossos dias. Tomando como fundamento a sua clínica, entende que há diferenças: situações de luto hoje são frequentemente diagnosticadas e medicadas como se fossem estados patológicos, e a indicação terapêutica é uma realidade de rotina. Quais seriam os possíveis elementos que dão substância a essas diferenças? Recorrendo a um conto de Guimarães Rosa como metáfora; à psicanálise e a alguns pensadores sobre a cultura contemporânea como substância; e a fragmentos de sua clínica como ilustração, a autora propõe reflexões e apresenta sua posição sobre as vicissitudes do luto na clínica dos nossos dias. O psicanalista poderia se constituir enquanto parceiro gerador do processo simbólico, tanto para vivência quanto para transição e elaboração do luto?