Faces do humano em Guernica
violência e arte
DOI:
https://doi.org/10.57168/b19.v13i1.87Palavras-chave:
violência, criatividade, contemporaneidadeResumo
A autora aborda o tema das faces contrastantes do ser humano: a violência e a criatividade, inspirando-se na obra de arte de Picasso, Guernica. Nessa obra estão presentes duas faces do ser humano que se pretende discutir no artigo: a ação violenta dos nazistas no bombardeio à cidade de Guernica e a criatividade de Picasso ao produzir uma obra que é a um só tempo um manifesto contra a guerra e um alerta à presença da destrutividade no ser humano. São expostas resumidamente as ideias de Freud, Klein e Green sobre as pulsões de vida e morte, destacando como essas forças comparecem nas relações sociais. Em seguida, apoiada em algumas ideias de Bion sobre o funcionamento mental, a autora considera que a destrutividade está relacionada a processos mentais que impedem os movimentos próprios do sonhar/pensar/criar, favorecendo sistemas de certezas inquestionáveis que desembocam em fanatismos e desconsideração pela singularidade do outro. Ao final, acrescentam-se algumas reflexões sobre características do mundo contemporâneo que podem prejudicar o desenvolvimento dos processos criativos e, assim, favorecer a atuação da destrutividade, em suas mais diversas formas.