Muitas humanidades

Autores

  • Maria Luiza Gastal Sociedade de Psicanálise de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.57168/b19.v13i1.89

Palavras-chave:

natureza-cultura, necropolítica, colonialismo, cuidado

Resumo

Nos anos de 2020 e 2021, a humanidade enfrentou uma grave crise devido à pandemia global e às consequências das mudanças climáticas. A esperança de uma mudança de atitude diante da vida foi efêmera: a extrema direita avançou em vários países, levando a políticas de exclusão social, xenofobia, racismo e violência, agudizando os “mundos de morte” descritos por Achille Mbembe. Proponho discutir a crise ambiental a partir de uma perspectiva pós-colonial e psicanalítica, buscando um diálogo com as culturas que o colonialismo atacou. Visito a visão de Freud sobre a relação entre natureza e cultura para em seguida dialogar com Winnicott e explorar perspectivas alternativas, como as cosmogonias ameríndias, que veem a natureza como parte da humanidade. Enquanto a cultura ocidental busca dominar e controlar a natureza, outras veem a natureza como parte intrínseca da humanidade, valorizando a ética do cuidado e do acolhimento, em contraste com a ética punitivista da cultura ocidental. A psicanálise, em diálogo com essas culturas, pode oferecer uma perspectiva diferente da relação entre natureza e cultura e ampliar sua escuta. Convido, assim, a repensarmos, como psicanalistas, nossa concepção de natureza, cultura e ética em meio à crise ambiental. 

Biografia do Autor

Maria Luiza Gastal, Sociedade de Psicanálise de Brasília

Bióloga e psicanalista. Membro associado da Sociedade de Psicanálise de Brasília (SPBsb) e professora assistente do Instituto de Psicanálise Virgínia Leone Bicudo, da mesma sociedade.

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Publicado

2023-09-15

Como Citar

Gastal, M. L. . (2023). Muitas humanidades. Berggasse 19, 13(1), 36–46. https://doi.org/10.57168/b19.v13i1.89