Sobre silenciamentos
DOI:
https://doi.org/10.57168/b19.v13i1.98Palavras-chave:
racismo, políticas afirmativas, branquitude, instituições psicanalíticasResumo
O presente artigo propõe reflexões e levanta questionamentos a respeito das dinâmicas institucionais das sociedades de psicanálise quanto aos temas do racismo, branquitude e negritude. Apresenta a realidade do número baixíssimo de negros, pardos e indígenas membros dos institutos de formação dessas instituições e o consequentemente também baixo número de psicanalistas não brancos. Propõe que a expressão de tal realidade nas instituições psicanalíticas compõe o tecido social mais amplo que também reproduz e expressa a exclusão de negros, pardos e indígenas de determinados ambientes sociais, culturais e educacionais, e procura contextualizar historicamente o movimento que naturaliza tal exclusão e silencia qualquer possibilidade de debate e discussão sobre tais fatos. Como membro e ex-coordenadora do Projeto Ubuntu, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, programa de bolsas sociais para a formação de psicanalistas negros e indígenas, a autora propõe que políticas afirmativas como essa podem ser um dos instrumentos para fazer frente à injusta exclusão e ao silenciamento diante dela.