Clínica da primeira ou primeiríssima infância
a clínica da delicadeza
Palavras-chave:
mente primitiva, intersubjetividade, parentalidade, primeiríssima infância, intervenção nas relações pais-bebêResumo
A clínica da primeiríssima infância introduz não somente um novo campo dentro do cenário psicanalítico, como cria novidades na clínica e na compreensão da estruturação do psiquismo, pois permite acompanhar no momento presente a construção do psiquismo, concomitante ao desenvolvimento das relações entre pais e bebê. Tem trazido contribuições importantes para a compreensão dos sofrimentos psíquicos que envolvem questões narcísicas e identitárias, aproximando-nos de marcas psíquicas deixadas pelas primeiras experiências emocionais. A interação do aparelho psíquico, que é sempre uma representação do vínculo, no vínculo e através do vínculo, se dá precisamente na interface do interpessoal com o intrapsíquico; as psicoterapias pais-bebê favorecem particularmente o duplo movimento de internalização e especularização subjacente à passagem do registro interpessoal ao intrapsíquico. No âmbito das terapias pais-bebê, podemos imaginar que o trabalho psíquico – do terceiro, o terapeuta ou coterapeuta – intervém justamente para abrir o caminho para esse duplo processo de internalização e de especularização.