Rios e cantigas
travessias entre as funduras das ausências e os acalantos dos encontros
Palabras clave:
loucura, solidão, não representação, simbolização, afetoResumen
A autora acredita que psicanálise e literatura, como companheiras de longa data, se constituem enquanto narrativas de vivências e emoções, as quais, ao se tornarem palavras, nos contarão histórias sobre sonhos possíveis. Assim, se configura uma dose de poesia para a prosa do cotidiano. Este texto tece uma junção entre dois contos primorosos de Guimarães Rosa para fazer o caminho entremeado que se localiza reciprocamente pelo primitivo e pelo desenvolvido, o vitalizado e o mortífero, o
sombrio e o luminoso, o alheamento e a companhia, como espaços sempre presentes a habitar e constituir nosso mundo interno. Sublinha a questão da simbolização e de sua precariedade de configuração diante do não-lugar mental. Em contrapartida, também relata a possibilidade de nossa alma velejante construir representações que possam propiciar travessias, sobrepujando as perdas e faltas, para o encontro com áreas de esperanças.