Outros tempos e o tempo dos outros
DOI:
https://doi.org/10.57168/b19.v13i1.90Palabras clave:
projeto colonial, povos originários, tempo, natureza-culturaResumen
A autora propõe uma observação sobre os diversos modos de ocupação do espaço e do tempo e descreve como, a partir do olhar do colonizador que privilegia a produtividade e a exploração da natureza e dos seres não humanos, outros modos de estar no mundo são desqualificados numa busca de domínio dos povos originários e domesticação da natureza. Propõe que o modo de vida dos povos originários, em sintonia com a natureza, os seres humanos e os não humanos, parece favorecer e preservar os movimentos de vida. Afirma que a conclusão do projeto colonial exige o selamento de toda e qualquer fresta pela qual seja possível o florescimento de outras formas de estar no mundo. Povos indígenas e comunidades tradicionais seguem abrindo brechas e resistindo. A domesticação do tempo talvez seja uma das últimas fronteiras desse projeto colonial, impondo uma concepção de mundo no qual o tempo só corre para frente, liso, monótono e divorciado dos processos naturais.